sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Contratação de Transporte

Como aumentar a eficiência operacional

Um país de proporções continentais. Uma malha rodoviária sucateada. Intensa burocracia entre os estados. Baixa remuneração dos serviços de transporte e, conseqüentemente, pouco investimento em manutenção, renovação da frota e qualificação das equipes de trabalho. Estes ingredientes são mais que suficientes para produzir baixos níveis de eficiência operacional quando o assunto é transporte.Os resultados dessa "salada de problemas" são custos elevados, inconsistência nos prazos de entregas, depredação dos ativos, muita burocracia e alto índice de avarias. Tais barreiras geram a completa insatisfação dos clientes, altos custos para o embarcador e reduzidas margens de lucro para o transportador.
Pesquisa realizada recentemente pelo Centro de Estudos em Logística da UFRJ (COPPEAD/UFRJ) com varejistas de São Paulo e Rio de Janeiro indica que a eficiência média de entrega da indústria, em 2005, foi de 86,2%. Esse número acabou por gerar insatisfação no varejo, uma vez que a sua expectativa para esse atributo (eficiência de entrega) era de 96,9%. Segundo o mesmo estudo, as melhores práticas de entrega atingiram 95,5% de eficiência, ficando, ainda assim, abaixo das expectativas dos clientes varejistas.Neste cenário, qual deve ser a atitude do gestor de logística? Reclamar enquanto aguarda de braços cruzados medidas do governo? A resposta é um estrondoso não. Muitas ações podem ser realizadas de imediato para evitar, principalmente, a insatisfação dos clientes.
A atitude pró-ativa deve começar na seleção dos parceiros de transporte. Em um país com as dimensões do Brasil é impossível ter uma ou duas transportadoras que cubram com eficiência todo o território nacional. A contratação de empresas de transporte especializadas em cada região trará resultados mais positivos para o embarcador e seus clientes. Essas transportadoras, além de atuarem com um foco maior, conhecem profundamente a cultura local e as características da malha rodoviária da sua área de atuação.
Ainda dentro do processo de seleção do parceiro, as escolhas do gestor de logística não podem ser embasadas exclusivamente em preço. Outros atributos precisam ser avaliados com precisão, tais como prazo de entrega, disponibilidade de troca eletrônica de dados (EDI), saúde financeira da transportadora, seguro de transporte, qualidade e disponibilidade da frota, situação das estruturas físicas da empresa e número de filiais, entre outros aspectos relevantes (os aspectos relevantes devem ser citados em sua totalidade ou então retiramos essa expressão). Ao levar em conta apenas o menor preço, o gestor estará correndo o risco de pagar mais caro ao final do processo devido à insatisfação do cliente.
Uma vez escolhidos os parceiros de transporte, o embarcador deverá estipular, comunicar e, principalmente, acompanhar as metas estabelecidas. São elas: eficiência de entrega, desempenho de coleta, índice de faltas e avarias e nível de satisfação de clientes e representantes. A cada desvio em relação às metas, o gestor de logística deverá solicitar um plano de ação corretivo. Persistindo o problema, a empresa contratante poderá providenciar a substituição da transportadora de baixo desempenho operacional. A preferência será dada para empresas dentro do seu plantel que estejam atingindo as metas estabelecidas. Com esta atitude, estará valorizando as transportadoras com melhor desempenho.
Para auxiliar no controle das metas de transporte é aconselhável que o embarcador possua um eficiente sistema de gestão de fretes. Esses sistemas são conhecidos no mercado pela sigla TMS (Transportation Management System).
Recomenda-se ainda que sejam formalizados contratos de transportes, pois, além de cobrir os requisitos legais da operação, esse tipo de documento poderá servir como um guia de procedimentos a serem seguidos pelas transportadoras. Assim, o gestor evita que erros sejam cometidos por falta de conhecimento dos cuidados necessários com a carga da empresa contratante.
Completando a estratégia, sugere-se a implantação de um sistema de premiação. Muitas empresas como Alpargatas, Boticário e Memphis, entre outras, têm utilizado meios de comunicação especializados em logística para divulgar as transportadoras de melhor desempenho. Esse tipo de premiação, além de valorizar as empresas de transporte que têm prestado bons serviços, serve como uma excelente argumentação comercial na conquista de novos clientes. Ao apresentar o seu plano de logística, o gestor poderá dar a garantia de um serviço eficiente de entrega, pois está utilizando uma transportadora com desempenho reconhecido. Mudar de atitude no momento da contratação, fazer um acompanhamento intenso e constante de todo o processo e desenvolver um programa de premiação das transportadoras. Com essas ações, o gestor de logística poderá minimizar os problemas aqui relacionados, garantindo a satisfação dos seus clientes com os índices de desempenho almejados.

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